ACUPUNTURA FUNCIONA MESMO?

Que bom que esse já é um pensamento considerado arcaico! Mas ainda nos deparamos com perguntas como “mas acupuntura funciona mesmo? Ou ainda “Como uma agulha, sem nenhum fármaco, indroduzida no pé, é capaz de melhorar o funcionamento do estômago, bexiga, ou do fígado!?”

Se levarmos em consideração o raciocínio lógico presente no ocidente, não é possível, não faz sentido que ocorra de fato essa melhoria, com uma simples espetada de agulha, ou mesmo com uma raspagem no pés e pernas, com gua shá. Porém é o que presenciamos na prática clínica, essa agulha introduzida no pé, pode sistematicamente afetar a função de órgãos vitais. Fatos como esse ocorrem constantemente, e são ignorados devido a não se adequar a padrões lógicos acadêmicos, e por destoar das teorias acreditadas no ocidente. Por outro lado, para um chinês é absolutamente compreensível que isso ocorra.

Não se trata de auto-afirmação daas práticas tradicionais (que céticos chamam de pseudo-ciência), tampouco de reduzir a importância da ciência moderna. Mas precisamos deixar claro e entender as dissonâncias dos pensamentos clássicos e modernos.

A ciência moderna busca dados generalizados, que posteriormente sejam experimentados chegando a uma verdade, uma constatação. Essa “verdade” são em suma, dados estatísticos das pesquisas laboratoriais, que permitem a separação de amostras para representar uma maioria, essa amostra chega até mesmo a representar o todo. Ao assumir esse método, não é possível assumir que os diferentes fenômenos internos e externos assumam uma combinação única a cada indivíduo, fazendo com que a individualização dos tratamentos seja inviável. Sendo essa individualização (tratar a pessoa, não a doença), obtido através da observação que é o princípio básico dos nossos tratamentos.

Além da grande contribuição de Descartes (1596 – 1650), esse modelo de ciência tem os pilares em 3 personagens históricos vitais: Aristóteles (384a.C. – 322a.C.), Newton (1643 – 1727) e Einstein (1879 – 1955). Aristóteles usava a física sem entrar em conceitos matemáticos. Newton através de suas leis, passou a explicar os fenômenos da natureza em função da matemática. Einstein com sua visão objetiva e pragmática afirmou “O tempo é físico, e que só pode ser concebido do ponto de vista da física.”, dessa forma a natureza deveria dominar o mundo e não entender a natureza como elemento integrado à vida. A concepção vitalista, e o subjetivo perdeu a sua importância na sociedade moderna.

É preciso entender a Medicina Chinesa pelo que ela já fez, através do seu denso material literário, e não pelos pressupostos epistemológicos apreciados pelos critérios científicos modernos. A acupuntura tem obtido mais sucesso quanto à comprovação nos referenciais academicos, porém devemos sempre cuidar para que ela não perca seu aspecto filosófico clásssico, que é, como vimos, o que ancora todas as suas práticas clínicas. Mais a frente entenderemos como funciona a neurofisiologia das emoções e do comportamento de acordo com a medicina moderna, e compararemos com o que foi falado a mais de 2000 anos através dos clássicos da Medicina Tradicional Chinesa, e veremos que “falamos a mesma língua”, com abordagens diferentes.

Dentre os estudos modernos com a acupuntura, está o do professor doutor Zhou Benharash, que compara os meridianos dos pontos com os principais feixes neuronais. O meridiano mais utilizado no estudo é do Pericárdio (PC ou CS), qie cobrem o nervo mediano profundo. Quando as agulhas de acupuntura são manipuladas em tonificação, ou em baixa corrente e frequência, modulam a atividade das vias neurais periféricas e centrais.

Medicina Tradicional Chinesa assim como outras práticas integrativas, como a homeopatia, está ancorada em um paradigma vitalista, onde há um fenômeno imaterial que rege e harmoniza o ser vivo, e que inexististe na substância morta e que caracteriza a vida. Esse conceito de vitalismo é uma filosofia pouco aceita na cultura ocidental.

Mesmo a abordagem em universidades, se não for assumido o pensamento homeopático vitalista como um todo, o profissional homeopata invariavelmente irá se colocar na dualidade do pensamento moderno (visão organizacionalista, alicerçada em fundamentos sólidos e consolidados no meio científico) e o clássico (preceitos filosóficos construídos ao longo do tempo), se restringindo e trabalhando em uma forma reduzida da homeopatia, não alcançando de fato as suas potencialidades.

Na cultura ocidental temos a hegemonia do pensamento dominante, onde se dá voz a quem pensa igual à maioria, e o que foge do convencional é descartado, ou pior, desmoralizado. O marco inicial desse movimento se deu através da escola do filósofo Francis Bacon ( 1561-1621). Souza e Peixoto, 2015) estudaram estudantes recém-egressos de um curso de formação médica em homeopatia, e concluíram que esses novos homeopatas, tem dificuldade na prática clínica, parte disso devido à dificuldade em assimilar as novas crenças epistemológicas.

Por Dr. Lucas Mendonça

E você, alguma vez acreditou que acupuntura era uma enganação, ou que não funcionava?

Conte a sua experiência que te fez mudar totalmente de opinião.

Minhas referências bibliográficas:

Acupunture: The ancient chinese art of healing, Aldous Huxley

Koslowski, 2017

Tassinari, 2006

Zhou; Benharash, 2014

Madel Luz, 2011, p.152

Rosembaum, 2013

Reflexão sobre o conhecimento, Souza e Peixoto, 2015

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