HOMEOPATIA

Há uma energia que circula pelos seres vivos, a circulação dessa energia deve ser fluída e constante. O desequilíbrio dessa fluidez provoca um desarranjo, ou seja, mesmo havendo dores físicas, na maioria dos casos, não é o corpo que está doente, mas a sua energia que está desequilibrada. Esse desarranjo também assume uma característica dinâmica, devendo ser reavaliada de tempos em tempos. Por isso, o vitalismo da Homeopatia não separa o corpo da mente (mente: ser individual que habita o corpo e transcende a ele).

Hahnemann construiu a teoria homeopática através da observação dos sintomas que as substâncias produzem, e que as explicações para as reações em cada indivíduo muda. Fazendo com que o vitalismo de Hahnemann não seja comprovado, nem passível de observação na sua dinâmica de transformação, sendo possível apenas a observação dos resultados.

Para ele as substâncias vitais são capazes de buscar o equilíbrio, mesmo frente a agressões “nocivas de fora”, porém a capacidade de suporte é limitada. Assim é justificado o uso dos medicamentos homeopáticos, para auxiliar o corpo a reequilibrar as suas funções vitais.

A homeopatia privilegia o ser doente e não a doença. (Araujo, 2008) Ressalta a importância de se entender o sentido que o doente dá ao sintoma que ele relata. Pois a percepção dele ao sintoma recebe influências pessoais subjetivas sociais e culturais. A habilidade de captar a história biopatográfica do paciente (provocada pelos acontecimentos pessoais, sociais e familiares), torna o atendimento cada vez mais humanizado e valorizado pelas pessoas que o procuram, essa é uma habilidade requerida desde os preceitos da homeopatia. Vamos exemplificar: Pacientes frente aos sintomas de um resfriado comum, relatam-os de formas distintas. “Não aguento fazer nada, não consigo sair da cama” possuindo nesse caso um sentimento de impotência diante dos sintomas, e perante o mundo. Outro pode questionar “porque essas coisas acontecem tanto comigo”, sugestionando que sente-se infortunado, ou como se estivesse sendo punido caso se compare a outras pessoas. “Não deveria ter saído na chuva aquele dia”, dando sinais de culpa. Pode verbalizar “Eu nunca fico doente, sou forte, mas dessa vez eu não aguentei”, dando outra conotação psicológica e comportamental. Mesmo tendo contato com o mesmo agente agressor, os sintomas descritos serão específicos para aquele indivíduo.

“Ao ter como foco de abordagem as manifestações do sofrimento que individualizam o doente, a Homeopatia fundamenta-se nos critérios de singularidade, buscando encontrar a expressão destas partocularidades nos sintomas apresentados pelos pacientes. Seu enfoque está voltado, portanto, para escutar, olhar, observar e examinar aquilo que é inusitado em cada paciente e que se manifesta por meio de sintomas. Sintomas representam, por conseguinte, a própria doença, a expressão do paciente e o meio de se encontrar o medicamento apropriado.”

Em uma sessão de homeopatia, buscamos entender a íntima expressão do paciente, não de uma perspectiva psicoterapeutica, mas nessa interação existente entre corpo e alma, podendo ser ou não uma relação psicossomática, para obter um entendimento do indivíduo como um todo (forma de agir, pensar e sentir, esse é o conceito de alma que abordamos aqui) (Teixeira, 2009).

Hahnemann considerava que havia uma predisposição do indivíduo à piora, a cronicidade do quadro clínico, ele nomeou esse fenômeno de “miasma”. Mesmo que seja escolhido o medicamento homeopático adequado à sintomatologia, um miasma no paciente pode impedir com que haja uma melhora, o medicamento não consegue se impor de maneira definitiva, o miasma nesses casos, é um obstáculo para a cura plena. Hahnemann relacionou três miasmas crônicos: “Syphillis” (sífilis, papilomavírus, sarna), “Syccosis” (câncer) e “Psora” (condições alérgicas), sendo esse último o mais importante e comum entre eles, tendo como sintomas alérgicos, o ressecamento da pele, coceira e processos inflamatórios crônicos.

Homeopatas posteriores à Hahnemann introduziram os miasmas “Tuberculismo” e “Cancerinismo”. (Kossak-Romanach, 2003). O “Artritismo” está sendo proposto por homeopatas contemporâneos.

A respeito das biotipologias, Hahnemann escreveu no parágrafo 117 que além da pré-disposição biotipológica (psora latente) do indivíduo à determinadas patologias, será necessário a agressão de fato, e uma susceptibilidade (diátese) do organismo no momento da agressão. A biotipologia sozinha não é capaz de definir um estado de doença.

SIMILIA SIMILIBUS CURANTUR

Princípio da Semelhança (Homeopatia) foi descrita por Hipócrates (460-350 a.C.), assim como o Princípio dos Contrários (Medicina Moderna Ocidental). Ao basear-se pelo Princípio da Semelhança, o tratamento segue a linha terapêutica de prescrição de um medicamento, que tenha nele contido os mesmos sintomas apresentados pelo paciente. Quanto ao Princío dos Contrários, são utilizados medicamentos contrários ao processo sintomatológico, logo se um paciente tem um infecção é usado um ANTI-biótico, ANTI-inflamatório, ANTI-pirético, etc. (Kossak-Romanach, 1981) Hipócrates preferia utilizar-se dos Contrários, e para manter uma homeostase no organismo, aplicava os Semelhantes.

Hahnemann, no parágrafo 41 do O Organon, descreveu sua preocupação quanto aos efeitos secundários da terapêutica do Princípio dos Contrários. Observou que uma substância contrária provocava duas reações: a reação primária, onde o organismo responde bem, por exemplo em caso de constipação, ao tomar o medicamento, nesse caso, Bisacodil, há uma resposta rápida e uma melhora inicial, porém a reação secundária é o que no ocidente chamamos de “efeito rebote” ou “síndrome de retirada”, onde escorado no exemplo da constipação, o instestino fica ainda mais constipado, sendo necessário cada vez mais da substância para promover a melhora primária. (Teixeira 2013, pp.185-6) corrobora com essa idéia e lista os “efeitos rebotes” ligados à diversas substâncias mais utilizadas pela medicina ocidental.

Por esse motivo, os medicamentos homeopáticos visam despertar apenas o efeito secundário das substâncias. Para isso sendo necessário fazer a diluição e dinamização dessas substâncias, tendo um caráter sutil, baixa permanência, porém o suficiente para provocar uma reação firme do organismo frente ao agente agressor.

Dessa forma, como o medicamento homeopático será semelhante à sintomatologia apresentada, inicialmente é possível que haja uma pequena piora no quadro clínico ou uma “agravação homeopática”, porém isso representa uma mobilização imunológica do organismo para resolver o desequilíbrio do princípio vital. Hahnemann chamava essa agravação de “doença medicinal”, e considerava esse, um indicador de que organismo ajustará o princípio vital.

O terapeuta deve observar essa agravação homeopática. Pois essa agravação transitória normal virá acompanhada de uma melhora na disposição mental do paciente. No caso de uma terapia homeopática incorreta pode ocorrer por uma piora real do quadro da doença sem qualquer tipo de melhora mental, aparecimento de novos sintomas não relacionados à doença, ou mesmo a ausência de reação do organismo, fazendo com que o mal ainda persista. Sendo os medicamentos mais diluídosos que produzem menos fatores de agravação (parágrafo 280).

Por Dr. Lucas Mendonça

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Minhas Referências Bibliográficas:

-CORREA; SIQUEIRA-BATISTA; QUINTAS, 1997

-Organon, Hahnemann, ed. 2013, paragrafo 64

-Organon, Hahnemann, ed. 2013, paragrafo 249 e 252

-Organon, Hahnemann, ed. 2013, paragrafo 157 e 158

-Madel Luz, 2011, p.153

-Organon, Hanneman, ed. 2013

-Teixeira, 2009

-Araujo, 2008

-Organon, Hahnemann, ed. 2010

-Metzner, 2008



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